O conceito de perfeição é um sonho de pensamento gorado, uma abstração conceptual, tal como o infinito. (…) Inelutavelmente, portanto, a totalidade das nossas futuridades, das nossas projeções, antecipações e planos – sejam rotineiros ou utópicos – acarreta um potencial de desilusão, de autoilusão profilática. Há na esperança um vírus de frustração. As gramáticas dos optativos, dos conjuntivos, de todos os matizes dos modos futuros – sendo estas gramáticas a glória irresponsável e luz da madrugada da mente humana – não poderão nunca ser garantes. Elas não implicam sem sustentam factos impolutos. As probabilidades poderão estar esmagadoramente a nosso favor, a indução poderá parecer quase contratual e infalível; mas esperar, aguardar, almejar não deixa de ser um jogo, cuja única certeza é a morte. George Steiner ‘12.14 ‘07.44
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